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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Você é competente?

O que fazer para tornar-se um profissional realmente diferenciado.


Competência é uma das palavras da moda atualmente. Mas você sabe o que ela significa?

Segundo o Dicionário Aurélio, competência é “...a capacidade decorrente de profundo conhecimento que alguém tem sobre um assunto...”.

No mundo dos negócios, o conceito não difere muito, e é definido como sendo a soma de três componentes: Conhecimentos, Habilidades e Atitudes.

Conhecimento é o mesmo que “ter o saber”. É dominar a teoria acerca de determinado tema. Já as habilidades são o “saber fazer”, ou seja, saber aplicar na prática aquilo que foi aprendido na teoria. E as atitudes, por sua vez, significam “querer fazer.


Por exemplo: imagine um pneu furado. Ao descer do carro, a primeira coisa a fazer é sinalizar o local com o triângulo. Após isso, deve-se fixar o macaco, do lado do pneu furado, é claro, no local apropriado, para que a lataria não amasse. Esse é o conhecimento. Mas não adianta saber na teoria como fazer e na prática não possuir a destreza necessária para executar os passos. Essa é a habilidade.


Deter o conhecimento e a habilidade são suficientes para dizermos que alguém é competente na tarefa de trocar pneus, certo? Errado. Tudo isso de nada serve se o sujeito não tem a atitude de descer do carro e “meter a mão na massa”, ao invés de mandar sua mulher fazer, na chuva.


Atualmente, há carência de mão-de-obra em diversos setores no país. Porém, nunca formaram-se tantos profissionais nos ensinos técnico e superior como atualmente. É fato que alguns ramos da economia desenvolveram-se de tal maneira que o número de formandos não é suficiente para suprir as vagas abertas. No entanto, há áreas em que o problema é outro.

De um lado, muitas empresas não conseguem preencher suas vagas por falta de mão-de-obra preparada. Do outro lado, profissionais, aos montes, com dificuldade em conseguir oportunidades.

Mas, se há oferta e há procura, qual o real problema, então? Acontece que muito da preparação dos profissionais, se não toda ela, é voltada para o desenvolvimento de competências técnicas. Isso ocorre tanto em função de a grade das escolas não contemplar o desenvolvimento comportamental quanto em função de o profissional buscar, na maioria das vezes, adquirir apenas competências técnicas.


E o que são competências técnicas e comportamentais? Competências técnicas são aquelas relacionadas ao que você sabe fazer. São exemplos de competências técnicas:

  • Operar uma máquina;
  • Utilizar o Power Point, o Excel, o Windows;
  • Dirigir um veículo;
  • Desenhar uma planta construtiva;
  • Realizar cálculos;
  • Fazer um planejamento;
  • Elaborar uma palestra.

Já as competências comportamentais são as ligadas a, como o próprio nome diz, comportamentos adotados no dia a dia. Podemos citar como exemplos:

  • Proatividade;
  • Relacionamento interpessoal;
  • Negociação;
  • Criatividade;
  • Agilidade;
  • Adotar comportamento seguro;
  • Trabalho em equipe;
  • Saber ouvir;
  • Foco em resultado.

São centenas as competências possíveis, tanto técnicas quanto comportamentais. Não se espera que você apresente algum número próximo disso. Pelo contrário, um bom profissional apresenta cerca de 15 a 20 competências razoavelmente desenvolvidas.

Mas voltando ao nosso problema, decorre dele que as empresas deveriam, para suprir a lacuna citada, investir no preparo comportamental de seus profissionais. Entretanto, são poucas as que o fazem: o desenvolvimento de competências comportamentais é lento e caro, e o argumento mais comum, na minha opinião equivocado, é: “Não vou investir no funcionário, pois quando ele fica do jeito como queremos, acaba deixando a empresa”.

Isso, obviamente, é uma visão míope que não permite enxergar o círculo virtuoso que é criado a partir daí: o desenvolvimento dos colaboradores torna-os, sim, por um lado, mais caros, pois profissionais diferenciados passam a ser mais requisitados pelo mercado, fazendo com que a empresa tenha de remunerá-los melhor, motivá-los de formas criativas, etc., para mantê-los em seu quadro. Por outro lado, é notório que trazem resultados que compensam, e muito, o investimento neles feito.

Então, o que fazer? Bem, olhando do lado do profissional, esta é uma ótima oportunidade de se diferenciar em relação aos seus “concorrentes”. Uma vez que muitas dessas competências não são tão comuns de se encontrar na maioria dos profissionais, desenvolvê-las torna-se uma grande vantagem competitiva em busca de um ótimo emprego.

E como fazê-lo? Há algumas formas de se desenvolverem competências comportamentais. É possível, por exemplo, que o profissional tenha autoconhecimento e autodisciplina suficientes a ponto de saber quais competências precisa desenvolver e como adotar esses novos comportamentos com o passar do tempo. Esse é o chamado autodesenvolvimento, raríssimo.

Outra forma é através de treinamento e desenvolvimento promovidos pela própria empresa. Por isso, ao escolher o lugar onde trabalhará, verifique se a organização oferece desenvolvimento de competências comportamentais aos seus funcionários. Isso mostra que ela investe nos seus colaboradores, algo que certamente agregará muito ao seu perfil profissional.

E, por último, a forma provavelmente mais eficaz de desenvolvimento de competências: o coaching. Segundo a enciclopédia digital Wikipedia, “Coaching é um processo definido com um acordo entre o coach (profissional) e o coachee (cliente) para atingir a um objetivo desejado pelo cliente, onde o coach apoia o cliente na busca de realizar o objetivo, ou seja as diversas metas que somadas levam o coachee ao encontro ao seu desejo maior estabelecido dentro do processo de coaching. Isso é feito por meio de reflexões e posterior análise das opções e da identificação e uso das próprias competências, como o aprimoramento e também o adquirir de novas competências, além de perceber, reconhecer e superar as crenças limitantes, os pontos de maior fragilidade”.

O fundamental é conhecer o conceito de competência, saber quais são as mais requisitadas pelo mercado, o que fazer para desenvolver aquelas que o profissional ainda não possui e, principalmente, ter a atitude de buscar esse desenvolvimento.

Em artigos futuros, listarei algumas competências comportamentais que penso serem fundamentais para o sucesso de qualquer profissional, em qualquer área, nos dias atuais. Aguardem e até logo!

“Pensar é o trabalho mais difícil que existe, e esta é, provavelmente, a razão por que tão poucos se dedicam a ele.” Henry Ford.

por Cleber Andriotti Castro.
            Consultor Empresarial.
Andriotti & Castro Consultoria.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Afinal, o que é Plano de Carreira?

Se antigamente era comum a uma pessoa terminar seus estudos, conseguir um emprego e nele ficar por toda a vida, até a sua aposentadoria, hoje são cada vez mais raras histórias de longevidade em uma mesma organização.

Segundo a pesquisa “Contratação, Demissão e Carreira dos Executivos Brasileiros”, da Catho Online, apenas 25% dos entrevistados está na mesma empresa há mais de 5 anos. Isso ocorre, principalmente, em função da busca cada vez maior por desafios e novidades por parte dos profissionais, sobretudo os jovens.

Entretanto, se permanecer por muito tempo no mesmo local de trabalho é cada vez raro, é fato que apenas uma minoria dos profissionais prepara-se para o futuro. O mais comum é lembrar-se de seu currículo somente ao ser demitido ou quando está insatisfeito na empresa onde trabalha e deseja mudar de emprego. E assim, vai sendo levado pela maré, quase que sem rumo.

É aí que surge a figura do plano de carreira, que consiste, antes de mais nada, em um conjunto de ações a serem tomadas de forma a permitir que as etapas de sua vida profissional tenham, em sua maioria, um sentido ascendente, rumo a um constante crescimento.


Basicamente, o planejamento é composto por três partes: a primeira diz respeito a onde você se encontra atualmente, com relação ao cargo ocupado, remuneração, competências que possui, formação acadêmica e histórico profissional. A segunda, é relacionada a onde se quer chegar, quais seus objetivos a curto, médio e longo prazos. Por exemplo: “ser o diretor de uma grande empresa”, ou “ser o dono do meu próprio negócio”. E a terceira, quais os passos necessários para que seus objetivos sejam atingidos, ou seja, o caminho a ser percorrido.

Na formulação dos objetivos, é necessário muito bom-senso. Acima de tudo, o plano deve ser factível, sob pena de o profissional desmotivar-se com o passar do tempo em função de metas inatingíveis, fazendo com que sejam deixadas de lado.

Dito isso, alguns aspectos devem ser considerados na elaboração e, principalmente, na execução do planejamento.

Procure empresas para trabalhar que compartilhem com os mesmos valores e objetivos que possui. Por exemplo, uma empresa de administração extremamente centralizadora, cujas decisões devam todas obrigatoriamente passar pelo presidente ou pela diretoria pode ser um ambiente extremamente frustrante para aquele que deseja colocar em prática sua criatividade.

Além disso, é muito importante estar sempre atualizado com as técnicas requeridas pelo cargo que deseja ocupar. Participar frequentemente de cursos, palestras e feiras é fundamental, além de proporcionar novos e ricos contatos. Mas é primordial escolher aqueles que realmente tenham a ver com seus objetivos profissionais, para que tempo e dinheiro não sejam desperdiçados.

Cuide da sua network. Termo tão difundido nesses últimos anos, conheci poucos profissionais que realmente têm uma network eficaz, ou seja, que traz resultados positivos à sua carreira. Desenvolver uma boa rede de contatos não é disparar para todos os lados, adicionando todos, conhecidos ou não, às suas redes sociais como “amigos”. Uma boa network tem contatos em número suficiente para que você, ao necessitar, consiga ajuda para, por exemplo, se recolocar no mercado. Mas não deve ser grande o bastante que não permita um contato frequente com cada pessoa da sua rede. Afinal, pedir uma indicação de emprego para aquele colega com quem você não fala há dez anos pode ser uma situação desagradável para ambos os lados, além de improdutiva.

Também é muito importante ter em mente que a network não deve servir apenas para pedir ajuda nos tempos difíceis. Atitudes como indicar uma vaga àquele colega que necessita de recolocação, ou direcioná-lo a um cargo que acredite estar de acordo com o perfil dele fazem parte de um rol que demonstram a intenção de ajudar, o que pode ser muito benéfico futuramente.

O mercado deve vir atrás do profissional, e não o contrário. Por isso, é fundamental estar constantemente em evidência, mantendo perfis nas redes sociais atualizados e publicando frequentemente conteúdo de sua autoria que mostre suas competências aos leitores. Lembre-se: em busca incessante por talentos, praticamente todos os selecionadores participam dessas redes e estão atentos ao que muitas pessoas escrevem.

E, por último, reavalie seu plano anualmente. É comum que não se atinjam os resultados esperados, no prazo determinado, com o custo previsto. Ele deve, portanto, ao menos uma vez ao ano, ser revisto e readequado, em função de novas metas ou de objetivos não cumpridos ou, ao contrário, superados.


Essa ferramenta tem um forte fator motivacional e, aliada à escolha de uma área em que realmente goste de trabalhar, pode torná-lo, realmente, um profissional de destaque. Utilize-a com sabedoria e tenha muito sucesso!

Lembre-se: “O sucesso geralmente vem para aqueles que estão muito ocupados para estarem procurando por ele”. Henry David Thoreau.

por Cleber Andriotti Castro.
            Consultor Empresarial.
Andriotti & Castro Consultoria.